terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Alta madrugada





“Alta madrugada vai já estou cansada, mas ouço Deus me chamar... Eu vou já estou indo ao teu encontro, Senhor. Vou correndo ao teu encontro”

Um amor maior. Um amor tão grande. Uma adoração constante. Um prazer imenso. Um toque delicado. Uma nota suave. Um som aconchegante. Uma voz bradante.
Palavras, palavras. Não faltam palavras... Ele ouve. Me ouve. Não cansa. Eu digo, eu choro, me derramo. Ouço que: “Eu serei pai de multidões tocarei em muitas gerações...” Agora sim, sem palavras. Lágrimas, lágrimas, lágrimas.
E sei que tenho o dever de: “Anunciar tua salvação...”
E assim: “como fiz com Davi, com meu óleo te ungi pra reinar e vencer as batalhas...”

Ah, Deus, por quê as pessoas não querem, Senhor? Por quê não querem sentir a tua graça, tua imensa glória? Por quê, Espírito Santo? Por quê não renunciar a carne, os desejos, o pecado? Por quê, Deus? Se “não tenho tempo pra perder com ressentimentos porque Ele me ama... Ele me ama”. Se todos sabem que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não perca, mas tenha vida eterna.”? (João 3;16)

Ah, é inexplicável. Eu quero me afogar no seu coração. Adociar-me, encher-me da sua glória, seu espírito. Eu quero o caráter de Cristo. Quero o amor de Jesus. Deixo a dor. Deixo as tristezas. Deixo o que me consome. Deixo os meus olhos, o meu coração, a minha boca, deixo o meu ser. “Tomo os teus olhos, ponho em ti a minha visão... Tomo o teu ser e derramo a unção sem limites.”

És meu pai, muito amado, adorado, soberano, digno, exaldado, admirado...
É uma dependência total. Um zelo preciso. Uma carência constante. Um afeto. “Eu te amo, amado meu... Eu te amo, ó noiva minha/ Quero estar contigo...” E mesmo sabendo que “Eu não mereço tanto amor. Eu não sou digno do teu perdão...” Eu te peço, pai. Te imploro: “Olha pra mim, Senhor... Pois eu preciso do teu olhar.” E sei que “sempre estás comigo, Senhor. Também sei que nada acontece sem a tua vontade.” Então, “Enche-me com teu espírito, derrama-me da tua unção.” Por que a tua palavra diz que “Se eu me humilhar diante do teu altar e sacrificar aquilo que me custar tu inclinarás os teus ouvidos ao meu clamor.” E é o que estou, o que procuro fazer. “Eu quero me esvaziar de mim.” É um desejo constante. É tocante.

Foi uma noite linda. Foi gratificante ouvir meus louvores. Marcou. Uma noite de adoração, noite de festa no céu, festa em mim, no meu quarto, meu cantinho de oração. “Sopra espírito de Deus neste lugar com teu poder e tua graça vem avivar...” Já são 4hs da manhã, paizinho. Obrigada, obrigada, porque “Sei que estais aqui, Senhor... Podes perceber quem sou” e sei também que foi perceptível que: “Um adorador por excelência, um adorador por excelência, quero ser.”

Para finalizar, eu declaro: Diante do todo poderoso, do Santo de Israel, do meu querido e amado amigo Espírito Santo, Do meu santo e precioso Jesus, declaro à trindade celestial, que se depender de mim, eu nunca, nunca vou renunciar esse amor. Essa fonte de águas vivas. Não deixo o meu Deus, o único Deus, por nada. NADA neste mundo me afastará dê ti. Porque “Distante dê ti, Senhor, não posso viver, não vale a pena existir.” Então, eu renuncio sim a minha carne, os meus sonhos, para viver pelo espírito. Para viver os teus sonhos, os teus projetos. Até porque, “Deus tem o melhor pra mim e o que impedido foi não se compara com o que há de vir.”


“Eu vou passar pela cruz e me quebrantar/ vou passar pela cruz e me arrepender/ Vou passar pela cruz porque ainda está manchada de sangue.” E “O filho do homem me libertou verdadeiramente, verdadeiramente.../ Posso erguer minha mãos aos céus levantar a a minha voz e adorar, levantar a minha voz e exaltar, levantar a minha voz só pra dizer: livre eu sou...”

sábado, 17 de dezembro de 2011

A vida é bela?


Inúmeras vezes ouvi essa frase soar aos meus ouvidos. Mas sempre sem a interrogação. Dei-me o luxo de sair apenas da afirmação. Na verdade, nunca escrevi sobre algo tão complexo, com múltiplos significados para cada ser pensante. A meu ver, o simples fato de acordar já é uma vitória. Falar, ouvir, enxergar e sentir. Observar se todos os nossos sentidos estão “ok” é interessante. (ninguém nunca lembra disso, eu sei) o que realmente vem ao caso é o por que da resposta: “Relaxe, a vida é bela”, quando estamos meio cabisbaixos, baixo autoestima e nos interrogamos sobre o porque da nossa presença neste mundo. A vida seria mesmo bela para aqueles que não têm um lar no momento? E para os que recebem cobranças todos os dias? E quando uma mãe escuta: “Mamãe, estou com fome” e esta não tem uma moeda no bolso? E quando pensamos que chegou o momento do “sertão virar mar” quando, na verdade, a seca nos apavora? Ou somos tão rejeitados a ponto de virar chacota? Você já foi renegado? Maltratado? Ouviu tantos palavrões referidos a você que até mesmo os desconhecia? É. Ninguém é tão perfeito a ponto de ouvir somente o que lhe satisfaz. Mas existem situações piores e exemplos melhores. Existem pessoas que me revigoram, as tomo como exemplo. Se a vida não é bela para os pobres porque lhes faltam dinheiro, para uma criança porque tem fome ou para o humano que ouve o que não lhe convém, tornara-se bela para os cancerígenos, aidéticos e asmáticos? O que dizer de uma criança em estado deplorável, mas que luta para viver? Observa as demais meninas com longos cabelos, sendo que em si mesma não há mais um fio. Não sabe o dia nem a hora, mas imagina que não durará tempo suficiente para casar, ter filhos, e terminar a faculdade. Não seguirá um padrão. O que dizer do projeto de vida dessas pessoas?
Somos tão irremissíveis, incontestáveis, até tentamos ser inquestionáveis, mas na verdade, não aceitamos a nossa vida, os nossos problemas, a nossa cruz. É. “A grama do vizinho sempre é mais verde que a nossa” e o Mais engraçado é que as nossas flores parecem não crescer, não desabrocham, se fecham, tanto no sol quanto na chuva. Assim é a nossa vida. Lutamos, caímos, lutamos novamente e parece que tudo tende a voltar ao início. Um dia estou bem, um dia estou mal. Um dia sou inteligente, outro dia esqueço tudo. Um dia tenho fé, um dia desacredito. É, somos assim, inconstantes. Mudamos meramente de opiniões, mas não é isso que vem a nossa mente nos difíceis momentos, eu sei. As 24 horas do nosso dia nos permitem pensar nos problemas, nas causas pendentes, nas falas ouvidas, nas dores sentidas. Sentimos raiva, rancor, mágoa, nos estressamos, e ainda insistem em dizer que a vida é bela? Pois é, você anda? Porque tem muita gente que não. Você fala? Come? Veste? Sente uma dor de cabeça e reclama? Olha, tem gente que passa dias no hospital e depois de tanto sofrimento vem a óbito. E a dor tende a ser coletiva. Lembre-se de que cada um tem o que suporta, e se mesmo assim essas pessoas nos transmitem alegria em viver, por que estamos aqui parados questionando? Sabia que o criador deste céu azul, essa estrela maior radiante e essa linda lua que você vê também te criou? E se cada um tem uma função, por que questionamos a nossa existência? Por que somos de tamanha ingratidão? Ei, lembre-se de que Jesus está no barco "E, subiu para o barco para estar com eles." (Marcos 6.51) Ele acalma a tempestade, faz o mar se abrir. E se nascemos, o que passamos é com a permissão do pai. Quando a tempestade vier, quando a desesperança surgir, as palavras fugirem, as lágrimas escorrerem, quando sua flor não quiser desabrochar, lembre-se de que Jesus disse que você é capaz, uma vez que ele te capacita. Ele acredita que você suportará tudo até o fim, sem murmurar. “Sem parar, sem vacilar, sem temer...” Afinal, ele não dá nada que não venhamos suportar. Existe uma palavra chamada reconhecimento. Você já ouviu falar. Há uma outra chamada fé. Você também conhece. E se elas fizessem parte do nosso dia a dia como dizemos, nunca questionaríamos: A vida é bela? Não aceito ler ou ouvir alguém dizer que não tem um projeto de vida. Não sabe pra que nasceu. Não aceita a vida que tem. Penso que seria bem mais remediável querer a vida dos outros. Os pais dos outros, a espiritualidade dos outros, a sabedoria, a materialidade dos outros. Mas acredite, o fato de ainda encontrar oxigênio para respirar, ter o sopro de vida, faz de você semelhante aos outros. Não precisa desejar ser ou ter igual. Ninguém é igual a ninguém, mas cada um faz por merecer. Talvez, se procurássemos fazer jus a palavra reconhecimento e o respectivo significado da palavra fé, entenderíamos que estamos nesse mundo com um propósito especial, um chamado único e o mestre dos mestres guia-nos mansamente... E se Jesus está no barco, agora, prefiro voltar a afirmar: A vida é bela. Não há mais o que temer. Questionar pra quê?

domingo, 11 de setembro de 2011

E a essência és tu...

É como uma semente que brota. Como uma flor que nasce. Como uma planta que precisa de água e luz para sua sobrevivência. É assim o meu amor pelo Senhor. Eu preciso desse amor para minha existência. Preciso de uma fonte de águas vivas para me encher. Como uma foz que precisa da água para desembocar. Um ser humano cheio e carente, ao mesmo tempo, da presença do Senhor.
Sabe quando você precisa, sente que precisa compartilhar com alguém um momento? Pois é. É como se uma porção de gozo e alegria preenchesse o meu coração no momento em que me encontro falando com o pai. Não há nada melhor que se entregar e sentir o seu toque. Falar, e saber que alguém te ouve. E o melhor: ele não se importa com as nossas vertes, nosso corpo, com a nossa riqueza, com as nossas palavras rebuscadas ou mais pobres que sejam. Ele APENAS quer nos ouvir. Ele me aceita como estou, no momento que for, na hora, minuto, segundo. O tempo que for necessário. E mesmo sabendo que a minha disponibilidade é muito menor que a dele. A minha fidelidade é muito menor que a dele. O meu carinho é muito menor que o dele. A minha força é muito menor que a dele. Mesmo sendo muito menor, mesmo errando, e não reconhecendo, ele sempre me ouve. Acolhe-me em seus braços de amor. Ele me ama, ele cuida de mim. Ele é a minha fonte de alegria. É nele que eu deposito minha confiança, e é por ele e para ele que vivo. Não consigo entender porque tantos o rejeitam. Eu só queria que todos sentissem um pouco do que sinto, que todos tivessem a mesma vontade de servir, de ser grato, de honrar, obedecer, crer em sua existência, crer no seu amor. Será que o simples fato de saber que alguém morreu por você não basta? E se, além disso, você souber que ele carregou todas as suas dores? Você não acredita, não é mesmo? Há algum tempo, muito tempo, eu também já me perguntei. Como posso crer em alguém que nunca vi? Como posso saber que ele realmente existe? Posso contar uma experiência? Aos 7 anos de idade eu sofri um acidente, minha mãe tinha 12 dias de convertida, ou seja, acabava de viver o primeiro amor. Como consequência do ocorrido, eu cortei a perna. Foram três cortes. Eram profundos, sangrava muito e eu cheguei a ver meus ossos. Foi realmente horrível. Ao chegar ao hospital, não havia médico disponível no momento, outras pessoas passavam por situação piores que a minha. Ao momento da espera, não parava de escorrer sangue. Jorrava. Era muito sangue. Minha mãe e um vizinho, que nos socorreu, começaram a orar. Eu não entendia nada, era apenas uma criança que ia para igreja sem compromisso. Não tinha noção das coisas. Mas a sua fé foi tão grande que o sangue estancou. Você entendeu? O Sangue PAROU DE JORRAR. Naquele momento, minha mãe começou a chorar agradecendo a Deus. Após um tempo, o médico chegou, e falou: - O que houve com essa menina? Ele olhou para enfermeira e perguntou o que ela tinha feito. Ela respondera que nada havia feito e que pelo tanto de sangue que aquela menina tinha derramado era para, no mínimo, ocorrer um desmaio porque sua situação era mesmo perigosa e terminou dizendo que minha mãe tinha orado. (claro que não foram estas as palavras, mas eu me lembro muito bem da feição do médico e suas palavras semelhantes - Era um tempo que médicos ainda dialogavam com pacientes) Eu apenas ouvia e ficava com medo de tudo aquilo. Minha mãe, muito calma, me tranquilizava. Quando eu cresci, com uns 9 anos de idade mais ou menos, foi que eu entendi tudo aquilo. Foi quando eu realmente tive um encontro com Cristo. Foi quando eu realmente entendi o que era fé. Não havia outra forma de dizer como o sangue estancou. Porque eu presenciei, talvez, contando, ou lendo não faça o mesmo efeito. É a mesma coisa de eu chegar para você, e dizer: Moisés abriu o mar vermelho e passou com seu povo. Você pensaria: Moisés é mágico? “Abra-se o mar” e o mar abriu. Obvio que você não acreditaria. Eu também não, mas quando pesquisamos a própria bíblia nos mostra que demorou, não foi nenhuma magia. “Moisés estendeu a mão sobre o mar, e Deus, o Senhor, com um vento leste muito forte, fez com que o mar recuasse. O vento soprou a noite inteira e fez o mar virar terra seca. As águas foram divididas.” (Êxodo 14; 21) Mostrando de onde vem, É mais fácil de convencer, acreditar. Então, se eu presenciei, e mais, aconteceu comigo, não há como não acreditar. Só há como agradecer. E foi a partir dai que eu passei a crer nesse Deus. A crer que ele realmente existe. Eu sinto a sua presença, sei do seu cuidado pela minha vida. Sei que fui escolhida para fazer a diferença no mundo. E sei também que nunca, se depender da minha vontade, eu nunca vou deixar esse Deus. É quem me anima e me fortalece para viver nesse mundo tão corrompido e traiçoeiro. É a minha vida, a minha essência, a minha fonte que nunca há de secar. Obrigada, Senhor, por me escolher, por me dar a vida e pelo PRIVILÉGIO de te conhecer.


“Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” (Mateus 22; 14)


"http://www.youtube.com/watch?v=lgvcMXptn4U&feature=related"

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ELE vive, mas NÓS não.




“Brasil, meu país brasileiro...” Meu ou deles? Deles ou daqueles? Qual o caráter dessa população de brancos colonizados, negros boçais e índios indolentes? A quem pertencem? Na realidade, o fato de pertencer não é o mais importante, o destaque é o papel na sociedade. Já que a tal é composta por nós, humanos. Nós? aliás, os brancos. O negro parece não fazer parte da espécie homo sapiens, tenho minhas dúvidas. “Negro não tem alma”, afirmava a Igreja. Em outras palavras, negro não é gente. Mesmo não vivendo no Brasil colonial, a ideia de inferioridade perdura. A diferença é que o negro não é mais escravo, negro é PRETO. Preto digno de pena ou PRETO digno de valor. E o BRANCO - a poderosa cor branca antepassada - hoje, também é digna de pena. Um exemplo próximo: Salvador – BA, Pituba, aquele bairro que todos conhecem como o bairro da classe alta, o bairro dos ricos. Todos os dias, pela manhã, há corpos estendidos ao chão, corpos VIVOS. Vivos como eu e você, mas que infelizmente, devido à diferença entre classes e a inúmera desigualdade social, não possuem o mesmo direito, nem a mesma cama, o mesmo carro, a mesma casa, a mesma mesa de jantar, etc. E ainda dizem que estes seres “humanos” fazem parte da 1ª pessoa do plural. É. “Viajei”, mas não acho correto conjugar o pronome nós ao verbo viver - a depender do que se trata, claro. Levando ao pé da letra, conjugar-se-ia: EU vivo. Vivo porque tenho condições favoráveis para isso. Tenho quem me banque, me sustente até conseguir o meu. ELE vive, uma vez que se autossustenta ou tem alguém para sustentá-lo. O fato é que NÓS não vivemos. O pronome nós engloba a todos quando retoma "sociedade, humanidade" e, para mim, aqueles que estão nas ruas, os que estão sem casa, sem emprego, sem vestes, sem um tipo de sobrevivência, não vivem. Isso não é vida! E na idade média, quem vivia? Os nobres, o clero. Isso porque eram livres, insentos de impostos, concentravam toda a autoridade. A verdade é que independente do período, quem tem mais sempre viverá mais e, supostamente, melhor. Claro, descobrimos o valor do poder, o valor das terras, o valor do açúcar, do café e do gado. No século XIX então, o cientificismo e as máquinas trouxeram mais poder. E foi a partir daí que ,mais uma vez, o capitalismo agiu sobre o homem. A taxa de desemprego foi aumentando, a frustração e a preocupação tomaram conta da mente humana e os descendentes dessa mesma família passaram a nascer sem expectativa de vida, o que acaba gerando: Gente na rua, gente no semáforo, gente nas estradas, gente no lixão. Por trás de tudo isso, um contexto histórico, no qual sempre levou o homem a querer a liberdade. Até porque, mesmo na idade contemporânea atual, o homem é escravo - Metaforicamente, escravo da vida e dos seus efeitos. “A liberdade que sei é uma menina sem jeito/ Na praça estão os fracos, os velhos, os decadentes e seu grito: "bendita Liberdade"/ e ela se orgulha, de verdade/ do muito que tem feito.” (Oswaldo de Camargo) Se essa foi a liberdade que os negros, escravos, tanto sonharam e alcançaram em 13 de Maio de 1888 pode ser retomada hoje. Aqueles meninos de rua também querem uma liberdade. Supostamente, se livrar do sofrimento vivenciado a todo o momento em casa - não ter o que comer, por exemplo, é algo bem revoltante. Ou estão ali porque quiseram livrar-se das surras e sermões, livrar-se por achar que estavam prontos para o mundo? Parece-me sem lógica esta segunda ideia. Não culpo apenas o governo brasileiro pela sociedade que temos hoje, mas também a falta de interesse em progredir desta. Afinal, Dilma tem sido melhor que Lula. Enfim, são inúmeras razões de um longo e explorado contexto histórico que levaram o homem a querer a desejada liberdade. E estas mesmas me fazem não aceitar a ideia de que exista a conjugação do verbo VIVER na primeira pessoa do plural, uma vez que em um país democrata como o Brasil, todos distam de liberdade, mas nem todos VIVEM dignamente com a tal. Ou seja, ELE vive, mas NÓS não!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quanto você vale?



Sinto-me estranha por viver nesse mundo. Há quem diga que sou louca. Há quem diga que sou metida. Há quem diga que quero ser a diferente. A única verdade é que sou totalmente contra certas escolhas e opiniões. Um exemplo bem nítido é o de hoje. Ao entrar em uma loja escutei dois garotos conversando, quando um deles disse a vendedora: “Tem Hip Curl?” A vendedora respondeu com outra pergunta: “Que peça vocês gostariam de ver?”
Extasiada. Foi exatamente assim que fiquei. Associei essa tal pergunta dos garotos a várias situações e refleti, mais uma vez, sobre o mundo. A verdade é que hoje, procuramos a marca ao invés do produto. Compramos Nike, ao invés de um tênis; compramos Douce and Gabbana ao invés de perfume; garoto ou Nestlé, ao invés de chocolate; Calvin Klein, ao invés de roupas. Por que será que não nos contentamos em estar vestido, calçado e perfumado? Percebo que aquelas velhas ideias eurocêntricas refletem-se até hoje. A codominância europeia na Idade Média refletiu no mundo moderno atual, mas claro, ligado, sobretudo, aos Estados Unidos. A ideia e o estilo capitalista mudou a mente das pessoas. Lembro-me de Darwin e a seleção natural: O mais apto ao ambiente sobrevive. Esta sobrevivência, até então, era do animal e o ambiente. Homogeneamente, observa-se também ao capitalismo. Hoje, há a luta do capitalismo pela sobrevivência. As marcas refletem poder, o que você veste, o que você usa, remete uma ideia, enganosa ou não, do ambiente onde você vive, da classe social em que você encontra-se inserido.
Vejo que se há capital, há quem invista, sendo assim, sempre haverá o vassalo e o seu suserano. O capitalismo tende a ser assim, sempre um sobressai mais, sempre haverá um impondo ordens sobre o outro, e como tudo é tão coesivo, conflitos também surgem a partir deste. Países não entram em guerras em busca de territórios para beneficiar a mísera população que sobrevive em barracos. Pelo menos, desde que tive uma visão mais ampla do mundo, nunca me foi perceptível. - O que diria, então, do MST? - Na verdade, procuram mesmo territórios para o crescimento do país em um mundo globalizado, onde o capital fez “o favor” de mudar a identidade das pessoas. - será que chegará o dia em que perguntaremos: Quanto você ganha? Ao invés de: Qual o seu nome? - Quero mesmo é viver o suficiente para ensinar a minha geração futura o que se passou no meu tempo. Ou meus filhos também terão o reflexo do capialismo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cobra é gente?

Cobra: Animal irracional – Réptil – venenosa.
Penso que deveria haver um significado a mais.
Alguns seres humanos se portam como tal.
O Simples fato de possuir pernas e ser racional não tira o direito de comparar alguns a tal ser. O sangue é o mesmo.
Impressiono-me com certas atitudes e pensamentos.
Por que há tanta gente venenosa?
O correto não é o sangue venoso sair arterial dos pulmões?
Parece-me que há certas pessoas que pulam o processo de hematose. Seu sangue nunca se torna arterial. São venenosas por toda vida. E o pior, tentam contaminar o outro.
Isso é como a AIDS?
Por que tanta gente corrosiva?
Por que tanta inveja, calamidade e arrogância?
Tanta gente pútrida, imunda.
Mentes vazias - ‘Vivem’ no vacou?
Uma sujidade imensa.
Gente que não tem projeto de vida.
Gente que não vive por si, alegra-se pela derrota do outro. Prefere a maledicência.
Gente que te envenena.
É um tipo de cascavel que se faz de mansa.
É gente esperando o momento certo para atacar. Depositar o veneno.
É tanta gente sem planos invejando teus sonhos.
É tanta gente ao derredor te cobrindo de olhares maldosos.
Tanta gente aplaudindo tua derrota.
Tanta gente...
Gente...
Não seria muito mais proveitoso lutar pela conquista dos seus que invejar o dos outros?
Sou mesmo é grata ao Senhor por saber que o Sol dissipa as trevas!

domingo, 5 de junho de 2011

Me Siento



Vejo, apenas vejo
Olho, apenas olho
Observo, apenas observo
Miro em um único ângulo
Meus olhos se voltam ao centro
Meu corpo sente a brisa
Em calamidade eu chamo

Falo, então eu falo
Grito, então eu grito
De longe, observo e chamo
Deslumbro-me ao ouvir algo tão suave.

Sinto, enfim eu sinto.
Uma doçura impecável,
Um riso incontrolável
O antagônico se vai,
Refrigero-me.

Vejo, então eu vejo
Grito, então eu grito
Ouço, então eu ouço
Clamo, assim eu clamo,
Eternamente eu clamo
Demasiadamente eu chamo.

Certa, estou certa.
Alguém me ouviu,
Emociono-me,
Uma lágrima cai
E mais uma vez eu sei.
Sei, eu sei que sei
O céu se abre
O meu amado me espera

E então, tenho certeza do que sinto
Estou certa do que vejo
Estou leve pelo que acredito,
E eternamente estou a gritar:
Eis-me aqui Senhor.
Anseio em te adorar!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Singular



Paro, penso, reflito, mas não consigo chegar a uma única opinião sobre quem sou. Além de saber que em mim existem átomos, células, tecidos, órgãos, sistemas e organismo, procuro desvendar, a cada dia, meu interior. Percebo que descobrir-se é sim uma tarefa difícil. A medida que crescemos, a mente também cresce, amadurece. O fato é que ideias mudam constantemente. É difícil unificá-las. Sendo assim, ainda não encontrei uma palavra que me defina. Procuro sempre uma resposta para minhas perguntas e não canso enquanto não as desvendo. Já mudei de opinião a meu respeito inúmeras vezes, sei que hoje, estou mais equilibrada. Passei a enxergar o lado bom e positivo das coisas, até porque, é preciso saber viver não só nas estiagens, mas também nas tempestades.
Aprendi mesmo foi a crer. Crer que eu posso e consigo. Só basta querer. Já havia ouvido e lido essa frase várias vezes, mas passei a tomar cada palavra para mim, de verdade. Descobri, e passei a admitir que tenho um lado preconceituoso e crítico. Não consigo aceitar algumas opiniões, mas também tento guardá-las só para mim. Tento ser mais discreta e também procuro destituí-los da minha vida. Hoje, eu consigo dizer que sou capaz, sou inteligente, aliás, não conheço homem bem sucedido sem a busca da tal. Igualo-me a muitos a esse respeito.
Sinto-me feliz por não prevalecer mentira nem rancor, mágoa ou algo do tipo em meu coração. O que busco e preservo é o certo. Acho que por isso, sempre fui tida como: a “certinha”. Sempre honrei meus pais. Gosto muito de obedecer à voz mais experiente. Tento controlar meu emocional e consigo me ver mais capaz, mais corajosa.
Não me satisfaço com o pouco, eu sempre quero mais. Às vezes, isso chega a ser ruim. Torna tudo mais difícil, mas também sei agradecer. Uma coisa que preso são meus sonhos, não consigo imaginar um ser humano sem idealizações, por mais difíceis que sejam de serem alcançadas. Também já sei esperar, esperar o tempo certo das coisas, cada uma no seu tempo. Entendo que se entrego tudo nas mãos de Deus, o tempo dele será certo. Atualmente, sinto como se uma porção de felicidade e reconhecimento me preenchesse. Tenho Sido grata por tudo, sem exceções. Sintonizo-me à Deus as 24 horas do meu dia. Isso me dá uma sensação de segurança, refrigério e leveza.
Sei que não tenho os olhos azuis de Ceci (O Guarani – José de Alencar) e nem sou idealizada e adorada com tal. Não queria ser. - Único que deve ser adorado é o Senhor. – Mas também não sou insignificante ao ponto de ser comparada a Macabeia ( A Hora da Estrela – Clarisse Lispector). Em minha mente, não há mais a ideia de que sou inferior. Não mesmo. Tenho certeza que significo ou marquei a vida de alguém, se não, me conforta saber que existe alguém que nunca me abandonará, meu melhor amigo: Deus. Presencio isso a todo momento. Considero-me uma pessoa quase destituída de amigos. Meu conceito das coisas é totalmente diferente. Talvez, o fato de se prender a livros e estudos, não aceitar o 'salto das idades'ou ter hábitos notívagos faça de você anormal, ou a simples forma como você reage e age. Não sei, mas tenho medo de me revelar totalmente. Ainda preciso vencer isso. Escondo-me um pouco. Admito isso, mas admito também que já venci muito. Sempre sou mais para mim do que para os outros. Tem momentos que não me reconheço. Hoje, consigo enxergar que ao invés de remover as pedras no caminho, o melhor mesmo é juntá-las e formar, no futuro, um imenso castelo.
Eu mudei, tenho certeza que para melhor. Não vou deixar essa transformação regredir. Afinal, não me conheço por inteira, mas sei que evoluções são inevitáveis em minha vida e não vou parar de querer me redescobrir.


"No fundo é aquela coisa... tudo leva a crer que procuramos uma coisa só na vida... a nós mesmos..." (Guilherme Santana)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma menina, um reflexo



    Eu ainda queria poder voltar ao tempo e fazer tudo outra vez. Queria reviver meus momentos de criança - A inocente menina - Queria poder, ainda, falar sem pensar, e não machucar ninguém. Fazer e não levar a culpa. A verdade é que a gente cresce e tudo muda. A única certeza que tenho mesmo é que o sol sempre continuará girando em torno da terra e a cada volta os dias, as horas, os minutos e segundos vão passar, e quando eu menos esperar, envelheci novamente. Mais um ano se passou.
    Os dias passam cada vez mais rápido e eu paro e questiono: O que sou? O que faço? Pra que sou? Pra que faço? No futuro, presente ou passado conjugar-se-iam essas mesmas perguntas. Mas sempre me respondo. Aprendo, então, que tudo tem uma resposta e eu sempre vou querer buscá-la.
    Se eu ainda fosse aquela criança, tentaria mudar a mente das outras. Tentaria tornar o belo em deslumbrante. O melhor em radiante. Tornar o dia radiante. Buscar a semelhança entre as demais e fazer cada uma enxergar o seu diferencial. Tal diferencial, que não seria por vaidade. Crianças não usariam salto-alto, não teriam acesso a maquiagem. Não teriam Orkut ou MSN. Nada que pudesse refletir na sua maturidade ou incentivo adulto. Parece loucura, mas tudo torna-se coesivo quando vejo garotinhas trocando bonecas por “bonecos” enquanto deveriam ficar prezas aos príncipes encantados das histórias infantis. Talvez, assim, espinhos tornariam flores, adultos seriam doces. Tudo no seu tempo certo.
    Já que tudo se reflete nas aparências mudaríamos um pouco o clichê. Minha mente seria programada a conhecer antes de julgar. Aceitar a pessoa como ela é. Seria, sim, permeável a dúvidas e conclusões, mas eu não me precipitaria. Porém, ainda assim, percebo que não seria capaz de tudo isso. Tudo não passa de um sonho de uma jovem que não aceita algumas mudanças do que presenciava no seu tempo e o que ocorre atualmente. Na realidade, não aceita “salto das idades”. Aprendi a viver em ‘bando’, em comunidade. Inúmeros cérebros, milhares de pensamentos diferentes. Tudo que seria fácil torna-se promíscuo. Vejo então, que uma criança não poderia, mesmo, pensar tudo isso. Afinal, 18 anos não são 18/2.
    Como é bom sentir a pureza da infância e a inocência de uma criança. Eu amei a minha infância. Vivi cada idade em um tempo certo. Sou o reflexo do que fui, e vejo que passado, o futuro e o presente são interdependentes. Até porque, a cada translação, tudo começará novamente.

domingo, 15 de maio de 2011

Privilégio


Pessoas, seres humanos, animais racionais. Todos esses vocativos resumem-se a um único e determinado ser: VOCÊ.
Você é a essência para cada pessoa. Você tem um valor diferente para alguém que te conhece. Você se prende a determinadas atitudes. Você tem o poder da decisão. Você é cercada de ideias que se renovam a cada dia. Você é repleto(a) não só de qualidades, mas também de defeitos. Você tem um valor único. Você é importante para alguém. Você é reconhecido (a) por algo que só você sabe fazer igual. Prestigiado por dar o melhor. Você sabe fazer aquilo que ninguém mais sabe. Você tem um diferencial. Você é admirado (a) por alguém. Você é amado, desejado e lindo para alguém. Você é respeitado(a) pelos seus feitos. Você é reconhecido (a)por seus atos. Você é livre para escolher. Você é livre para sonhar. Você é livre para falar, se expressar, se comunicar. Você é livre para idealizar.  Você é livre para ser QUEM você é! Você é louc (a) por ser diferente. Você tem um brilho diferente. Você é visto (a) de forma diferente. Observado (a) de uma forma diferente. Pense bem: Você tem alguma coisa para reclamar? Você é um ser que Deus escolheu para viver, e fazer a diferença. Você NÃO É IGUAL A NINGUÉM. Você tem suas características e toques especiais. Você é único! Por isso, sinta-se privilegiado. Seja grato pelo simples fato de viver.


“Vejo algo único, que cada pessoa tem, que é o que a diferencia de todas as outras.”


“Alice: Você acha que estou ficando louca?
Pai: Sim. Louquinha, Pirada. Mas, vou te contar um segredo. As melhores pessoas são assim.”          
 Alice no País das Maravilhas – Tim Burton