sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma menina, um reflexo



    Eu ainda queria poder voltar ao tempo e fazer tudo outra vez. Queria reviver meus momentos de criança - A inocente menina - Queria poder, ainda, falar sem pensar, e não machucar ninguém. Fazer e não levar a culpa. A verdade é que a gente cresce e tudo muda. A única certeza que tenho mesmo é que o sol sempre continuará girando em torno da terra e a cada volta os dias, as horas, os minutos e segundos vão passar, e quando eu menos esperar, envelheci novamente. Mais um ano se passou.
    Os dias passam cada vez mais rápido e eu paro e questiono: O que sou? O que faço? Pra que sou? Pra que faço? No futuro, presente ou passado conjugar-se-iam essas mesmas perguntas. Mas sempre me respondo. Aprendo, então, que tudo tem uma resposta e eu sempre vou querer buscá-la.
    Se eu ainda fosse aquela criança, tentaria mudar a mente das outras. Tentaria tornar o belo em deslumbrante. O melhor em radiante. Tornar o dia radiante. Buscar a semelhança entre as demais e fazer cada uma enxergar o seu diferencial. Tal diferencial, que não seria por vaidade. Crianças não usariam salto-alto, não teriam acesso a maquiagem. Não teriam Orkut ou MSN. Nada que pudesse refletir na sua maturidade ou incentivo adulto. Parece loucura, mas tudo torna-se coesivo quando vejo garotinhas trocando bonecas por “bonecos” enquanto deveriam ficar prezas aos príncipes encantados das histórias infantis. Talvez, assim, espinhos tornariam flores, adultos seriam doces. Tudo no seu tempo certo.
    Já que tudo se reflete nas aparências mudaríamos um pouco o clichê. Minha mente seria programada a conhecer antes de julgar. Aceitar a pessoa como ela é. Seria, sim, permeável a dúvidas e conclusões, mas eu não me precipitaria. Porém, ainda assim, percebo que não seria capaz de tudo isso. Tudo não passa de um sonho de uma jovem que não aceita algumas mudanças do que presenciava no seu tempo e o que ocorre atualmente. Na realidade, não aceita “salto das idades”. Aprendi a viver em ‘bando’, em comunidade. Inúmeros cérebros, milhares de pensamentos diferentes. Tudo que seria fácil torna-se promíscuo. Vejo então, que uma criança não poderia, mesmo, pensar tudo isso. Afinal, 18 anos não são 18/2.
    Como é bom sentir a pureza da infância e a inocência de uma criança. Eu amei a minha infância. Vivi cada idade em um tempo certo. Sou o reflexo do que fui, e vejo que passado, o futuro e o presente são interdependentes. Até porque, a cada translação, tudo começará novamente.