segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Enxergo ali, aqui é difícil

"Se eu me humilhar diante do teu altar e sacrificar aquilo que me custar tu inclinarás os teus ouvidos ao meu clamor..." (André Valadão)
Sinto-me envergonhada, constrangida, retraída. Sinto-me no direito e no dever de pedir perdão. Não por ter cometido o pior pecado do mundo, mas por cometê-lo todos os dias. Quem sou eu para dizer se isto ou aquilo é feio ou bonito? Se ela ou ele é merecedor de algo? Por que eu ainda insisto em julgar os outros? O pior é que, na maioria das vezes, foi inevitável. É, mas isso é agora, hoje em dia. O engraçado é que nós, seres humanos, julgamos nosso visinho. Aquele que também é feito de carne e osso, moléculas, tecidos, órgãos, enfim, o dono de toda aquela estrutura humana que todos temos em comum. Mas a abundância de uns faz os outros julgarem a carência de outros. Quando ela é muito gorda e ele muito magro, ou vice-versa, a gente diz: “Coitada...” A aparência é diferente. Claro. Ninguém é igual a ninguém. Então, é por isso que julgamos? Deus criou o homem a sua imagem e semelhança. Parei para pensar nesta frase. Vieram umas ideias com ou meio sem lógicas: "Se o homem é a semelhança, então, estou julgando o próprio Deus a julgá-lo. Se Deus criou, ele é o dono. Ele é quem manda, claro, se nós, os criados, escolhermos isso, então, supostamente, só ele tem o direito de 'julgar'". Ele criou cada qual com sua essência, com um toque diferente. É. Talvez seja por isso que nós julgamos muito. Eu não aceito a minha composição. Não aceito por completo o que tenho e nem o que sou. Você também não. Na verdade, tudo que temos, o que somos, o que queremos, o que teremos um dia, nada, nada nunca nos satisfará por inteiro. É do ser humano esse inconformismo. Uma vez que, coisas novas surgem a todo o momento. Mas ser inconformada e querer mais, não me dá o direito de pensar: “Como é que ela consegue vestir um short daquele tamanho? Como é que ela usa aquela saia ridícula da ciclone?” Aprendi que existe uma pessoa a mais dentro de mim. Com ele, a trindade celestial é formada. Meu amigo Espírito Santo. E com toda intimidade que tenho com ele, eu já sei que ele entra em meu coração e faz morada por que eu, eu escolhi isso. Sei da sua educação. E se ela usa aquela saia ou aquele short é porque ele ainda está no tapete de fora, está com a mão na sirene tentando entrar, mas ela ainda não quis. Entende? O Espírito Santo é quem nos transforma. É ele quem me diz o que usar, o que fazer, ele me dá a direção, quando EU escolho que ele dê. Então, se tenho esse conhecimento de mundo, por que continuo a julgar? Por que será que quando essa mesma menina entra na igreja eu penso: “Jesus, cadê a referência à tua casa, Papai?” Por que eu passo pela rua e automaticamente julgo alguém pela cor, pelo modo de olhar, andar, vestir ou falar e penso: “Ele vai me assaltar.” Mas há uma explicação para tudo. O Apóstolo Paulo tem me ensinado muito. É, aquele que perseguia os seguidores de Jesus. Ele mesmo. (isso foi só para termos uma ideia de como Jesus pode transformar o homem) Paulo me pergunta: “Você tem a certeza de que é guia dos cegos, luz para os que estão na escuridão, orientador dos que não têm instrução e professor dos jovens... Você que ensina aos outros, por que é que não ensina a você mesmo? Você se orgulha de ter a lei de Deus, mas é uma vergonha para Deus porque desobedece a sua lei.” (Rm 2; 19-23) e antes mesmo, o Senhor Jesus tinha dito: “Não julguem os outros para vocês não serem julgados por Deus... Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho?” (Mt 7; 1-2) Não há o que contestar. Eu apenas entendi que se continuar julgando, se continuar só pensando determinadas coisas a respeito dele ou dela, o Senhor me julgará. Sendo assim, peço perdão, mais uma vez ao Senhor por todos os pensamentos impuros, todas palavras insanas que um dia os meus lábios proferiram a respeito de alguém. Eu me humilho sim. Rendo-me ao peso do teu amor, Senhor, e peço que não só à mim, mas a todos o Senhor possa tocar de maneira que venha reconhecer essa falha. Sabe, eu sei que parece realmente inevitável, mas volto a dizer: O Espírito Santo nos convence do pecado, nos mostra e permite que venhamos nos sentir envergonhados. Então, é possível sim ser diferente. É possível sim repreender o pensamento que vai de contra ao que queremos idealizar para uma pessoa. E se ao invés de julgar, orarmos para que Deus transforme, mude o caráter daquela pessoa? É melhor tirarmos o pedaço de madeira, as escamas dos nossos olhos e olharmos para nós mesmos. É muito mais agradável enxergar o que é nosso, como estamos, como agimos, ao invés de olhar para o que o visinho faz. A partir de hoje: “Macaco olha para o rabo sim!”

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Papai, só mais uma pergunta



“(...)
- Deus não impede um monte de coisas que lhe causam dor. O mundo de vocês está seriamente deturpado. Vocês exigiram a independência e agora têm raiva daquele que os amou o bastante para lhes dar o mundo. Nada é como deveria ser, como Papai deseja que seja e como será um dia. Neste momento o seu mundo está perdido na escuridão e no caos, e coisas horríveis acontecem com aqueles de quem ele gosta especialmente.
- Então por que ele não faz algo a respeito?
- Ele já fez...
- Quer dizer, o que Jesus fez?
- Por amor, ele escolheu o caminho da cruz, onde a misericórdia triunfa sobre a justiça por causa do amor. Você preferia que ele tivesse escolhido a justiça para todo mundo?
- Não.” 

(A Cabana – Willian P. Young)
____________
“Pai, você está ai?
- Estou à escutar-te, filha.
- Papai, mostra-me a tua glória?
- Filha, Moisés já me pediu isso, lembras?
- Lembro, Senhor, mas eu também quero, ao menos, tentar ver-te.
- Filha, eu sei que queres me ver face a face, mas lembras também que nem Moisés agüentou o peso da minha glória? Então, sacia-te apenas em saber que eu sou Deus, eu sou o que sou e não há outro.
- Está bem, Papai. Contemplar-te e saber que a vida do teu filho amado foi entregue por mim e por todos basta. Hoje, basta.
Ela tornou a chamar:
- Pai, sabe, eu sei que não posso e nem quero mudar as tuas obras, mas por favor, exclua o meu livre-arbítrio? Por favor, exclua a minha independência. Exclua tudo o que há e que pode me fazer pensar que não dependo dê ti. Pai, eu quero o que o Senhor quer. Quero a tua vontade. Se tu me disseres: “vá” eu irei. Se me disseres: “não faça”, não farei. Papai, eu sou totalmente dependente dê ti. Não sei andar sozinha, eu não quero. Paizinho, já que eu não posso te ver, posso te sentir, não é mesmo? Ah, Deus, só o Senhor para me alegrar, encorajar, fazer-me permanecer, confiar. Eu te amo, sabia? Não canso de te dizer.
E por fim, ela pediu:
- Papai, só mais uma coisa. Transforma os “Saulos” desde mundo? Senhor, abre os olhos espirituais, ensina-os a ouvir teu coração. Deus, existe tantos cegos. São inúmeros os que o Senhor chama e dizem: “Quem é o senhor?” Não reconhecem a tua voz, não contemplam a tua face. Papai, ressuscita os “Ananias” neste tempo. Eu sei que o Senhor espera ouvir: “Aqui estou, Senhor.” (Atos 9) Traz um novo tempo, aviva este povo. Ah, Paizinho, quando chegará o dia em que eles reconhecerão o sacrifício? Quando eles reconhecerão que nada podem fazer sozinhos?
- Filha, o controle desde mundo está em minhas mãos, mas vos dei o direito de fazer escolhas. Não forço ninguém a nada. Então, quando vós disseres: “por que permitiste, Senhor?” Eu vos direi: “A escolha foi sua.” Quando desistires de ser “juiz” eu os abraçarei com amor em vez de castigá-los com suas percepções egocêntricas de como todos acham que o universo deveria ser.
E as respostas do Senhor calaram sua boca e preencheram seu coração.”

(o "filha" refere-se à mim)

domingo, 1 de janeiro de 2012

Um ano, O ano



“Quando tenho medo de fracassar; quando tenho medo de não vencer; quando tenho medo de não tentar; quando tenho medo se ser...” (Ludimila Ferber)

"Se o verdadeiro amor lança fora todo medo", o que eu tenho a temer? Se mais uma vez, durante 365 dias o Senhor Jesus esteve ao meu lado, por que pensar que me deixaria?
Um verbo lindo: Agradecer. E é isso que venho fazer. Mesmo sabendo que não sou digna de tanto amor, não merecendo o seu perdão, sabendo que não sou nada, eu reconheço a tua plenitude, a tua majestade santa, o peso da tua glória, Pai. Quero te honrar, me humilhar e agradecer por este ano de 2011. Costumo dizer que não existe nada por acaso - já que não foi por um acaso que o mundo surgiu, se houve um criador, se foi o mesmo que me formou, alguma coisa ele quer de mim. E como se uma dose de serotonina inundasse o meu ser neste momento. Começo a lembrar de tudo que vivi. Foi um início de ano difícil. Foi uma mudança abalável. Estive me sentindo só. Muitos momentos foram assim. Muitas lágrimas foram derramadas. Palavras entranhadas em meio ser faziam-me sofrer. Deixei pessoas, família, amigos, conhecidos. Deixei uma vida de lado. “Cada dia você nasce de novo. Cada dia é uma vida, não diga que só há uma. Existem outras vidas.” (Mitch Albom) Mas um certo reconhecimento tomou parte do meu coração. “Se durante toda minha vida eu entreguei meus passos ao Senhor, disse que eu era sua casa, aceitei que ele fizesse morada, pedi que me guiasse, que me guardasse, cantei que ele tem o melhor para mim, por que ficar me lamentando pela solidão? Pelo que ele mesmo me concedeu? Então, passei a aceitar tudo que estava passando. Aceitar os momentos difíceis. E foi a partir de tudo isso que tive um encontro maior com Deus. Costumo dizer: “esse foi O ANO.” Foi o ano de abrir os olhos espirituais, abrir a mente para o novo. Foi o ano em que eu, verdadeiramente, senti Jesus me dizer: “Eu estou no barco.” A passagem dos discípulos no mar em que Jesus acalmou a tempestade veio certa em meu coração a todo momento. Foram muitos momentos. Sabe quando você não encontra ninguém para conversar, ninguém para contar o que realmente você quer naquele momento, alguém para te dar um consolo, deitar no colo, rir ou chorar? Passei por isso esse ano. Mas encontrei um refúgio. A todo, todo momento meu querido JESUS estava ao meu lado. Senti a sua presença de uma forma inexplicável. Esse ano foi o ano de renovação sim. Foi o ano em que eu me encontrei mais próxima de uma pessoa chamada Espírito Santo. O que era apenas um coleguismo passou a ser uma amizade, melhor amigo. Ele conhece as minhas fraquezas, sabe o que penso, como estou. Conhece quando falo estar bem e por dentro as lágrimas escorrem. Agora eu posso dizer sim: Eu vivo com a trindade celestial: Deus, Jesus e o Espírito Santo. E quer saber? Eu não os deixo por nada, nada neste mundo. É um amor, uma confiança, um apego que ultrapassa limites, é algo sobrenatural. Eu sou apaixonada por eles. Demasiadamente. E quando vi, meu ano já se fazia diferente. Conheci novas pessoas, passei a aprender a conviver com inúmeras diferenças, diferi muito meu jeito de pensar. Hoje, considero-me mais otimista – ainda me pego com algumas lamentações, mas mudei muito para o que era. Aprendi uma coisa: Somos o que queremos ser, o que tentamos, ao menos. Então, estou me esforçando para ser melhor. Quero mesmo agradecer por todos os livramentos – vistos e não vistos – pelas necessidades físicas supridas, pela sabedoria e aprendizado, por minha família, pelos amigos que fiz e pelos que o Senhor afastou, pela oportunidade de ter o melhor ensino, morar sozinha e entender que essa foi a tua forma de trabalhar no meu interior. Agradeço-te, Senhor por tudo. E se tenho o direito de pedir algo, só digo: O Senhor conhece o meu deitar, meu levantar, meu falar e pensar, então, te peço que a Tua vontade seja feita em minha vida. O que tiver que acontecer esse ano, acontecerá. Ajude-me a crer mais um pouco, a confiar mais um pouco, a não querer entender o teu trabalhar em minha vida. Ajude-me a não murmurar, não desobedecer. E no mais, digo-te: Eu tenho um chamado, eu sei disso. Não fujo em momento algum, mas também não quero precipitar-me. Quero o IDE, eu aceito. Eis-me aqui, de todo coração, com toda minha alma. Então, Senhor, que seja feita a Tua vontade em minha vida este ano de 2012, mas que não seja o fim, e sim o início de muitas vitórias, por favor.