sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quanto você vale?



Sinto-me estranha por viver nesse mundo. Há quem diga que sou louca. Há quem diga que sou metida. Há quem diga que quero ser a diferente. A única verdade é que sou totalmente contra certas escolhas e opiniões. Um exemplo bem nítido é o de hoje. Ao entrar em uma loja escutei dois garotos conversando, quando um deles disse a vendedora: “Tem Hip Curl?” A vendedora respondeu com outra pergunta: “Que peça vocês gostariam de ver?”
Extasiada. Foi exatamente assim que fiquei. Associei essa tal pergunta dos garotos a várias situações e refleti, mais uma vez, sobre o mundo. A verdade é que hoje, procuramos a marca ao invés do produto. Compramos Nike, ao invés de um tênis; compramos Douce and Gabbana ao invés de perfume; garoto ou Nestlé, ao invés de chocolate; Calvin Klein, ao invés de roupas. Por que será que não nos contentamos em estar vestido, calçado e perfumado? Percebo que aquelas velhas ideias eurocêntricas refletem-se até hoje. A codominância europeia na Idade Média refletiu no mundo moderno atual, mas claro, ligado, sobretudo, aos Estados Unidos. A ideia e o estilo capitalista mudou a mente das pessoas. Lembro-me de Darwin e a seleção natural: O mais apto ao ambiente sobrevive. Esta sobrevivência, até então, era do animal e o ambiente. Homogeneamente, observa-se também ao capitalismo. Hoje, há a luta do capitalismo pela sobrevivência. As marcas refletem poder, o que você veste, o que você usa, remete uma ideia, enganosa ou não, do ambiente onde você vive, da classe social em que você encontra-se inserido.
Vejo que se há capital, há quem invista, sendo assim, sempre haverá o vassalo e o seu suserano. O capitalismo tende a ser assim, sempre um sobressai mais, sempre haverá um impondo ordens sobre o outro, e como tudo é tão coesivo, conflitos também surgem a partir deste. Países não entram em guerras em busca de territórios para beneficiar a mísera população que sobrevive em barracos. Pelo menos, desde que tive uma visão mais ampla do mundo, nunca me foi perceptível. - O que diria, então, do MST? - Na verdade, procuram mesmo territórios para o crescimento do país em um mundo globalizado, onde o capital fez “o favor” de mudar a identidade das pessoas. - será que chegará o dia em que perguntaremos: Quanto você ganha? Ao invés de: Qual o seu nome? - Quero mesmo é viver o suficiente para ensinar a minha geração futura o que se passou no meu tempo. Ou meus filhos também terão o reflexo do capialismo.